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Entrevista com Roberta Miranda sobre os 25 anos de carreira

Quando lançou seu primeiro disco nos anos 1980, Roberta Miranda tinha a modesta meta de vender cinco mil cópias. Mas o sucesso veio em uma velocidade muito além de qualquer expectativa e logo na estreia ela alcançou a marca de um milhão e meio de LPs.

“É uma história de muita luta, muito suor, muita lágrima, mas muitos sorrisos e muita felicidade. Porque você se manter mulher, nordestina, no sertanejo, onde o machismo que imperava e até impera até hoje, é uma coisa extraordinária”, orgulha-se. “Ainda existe preconceito com mulheres no sertanejo. Ainda ouço reclamações. Acho que tem menos, mas tem”.

Escolher o repertório do DVD não foi tarefa fácil para Roberta, afinal, são mais de 400 músicas gravadas. Para pensar em cada detalhe, ela levou dois anos preparando o projeto.

“Foi muito sofrido, digamos assim. No final, como eu estava muito angustiada, então usei o critério de quais músicas que mais venderam, como São Tantas Coisas (que vendeu um 1,5 milhão de cópias) e Vai Com Deus (que alcançou 1,7 milhões). Tive uma ajuda importantíssima dos meus seguidores na internet, porque eles são o grande troféu que eu tenho”, conta.

Uma das cinco cantoras que mais venderam discos no Brasil – 15 mihões ao total -, ela já não alimenta mais a preocupação com números, nem com a pressão por novidades a cada ano.

“O pior disco da carreira de um artista é o segundo. A cobrança é muito maior, a responsabilidade é redobrada. Hoje, com a pirataria, é muito mais difícil. Se você vende 100 mil cópias todo mundo já fica feliz”, conta. “Eu hoje sou autônoma, meu trabalho é independente. Cansei de todo ano ter que produzir. Eu sou compositora, não é todo dia que tenho inspiração”, desabafa.

O álbum novo álbum traz uma homenagem à mãe, Maria, com a gravação de música homônima – a primeira música que Roberta compôs.

“O DVD eu ofereço a ela, Maria, a dona de tudo. Se ela estivesse aqui ela estaria muito feliz. Minha mãe era musicista e foi ela quem mais me incentivou. A primeira a dar opinião era a minha mãe e eu acatava”, recorda.

dvd roberta miranda

Roberta abriu mão da ‘parafernalha’ para valorizar a parte musical na gravação do novo DVD, que é 90% autoral e bem intimista, gravado em um estúdio em São Paulo na presença de alguns fãs. Assim como foi sua marca ao longo da carreira, ela não abriu mão do romantismo.

“O mundo clama por romantismo, o mundo clama por amor em todos os sentidos. Eu não economizo no amor”, diz.

Novos nomes são muito bem vindos

Defensora do romantismo, Roberta diz que os novos nomes do sertanejo têm seu espaço.

“O sertanejo universitário tem uma pegada diferente, mas todos são bem vindos. Gosto do Gusttavo Lima, gosto muito da Talita Real uma menina nova que está pintando no sertanejo, a Laís, gosto da Paula Fernandes, que é minha amiga, César Menotti e Fabiano, gosto da galera toda, de toda essa meninada”, diz. “Sem preconceito nenhum”.

Ela conta a receita para quem sonha em, como ela, chegar aos 25 anos de carreira aclamada pelo público.

“Primeiro, tem que ter voz. Depois, tem que ter repertório e manter tudo isso com muita paixão, muito afinco”, aconselha.

E o que mudou na Roberta de 25 anos atrás?

“A Roberta que começou não teve vida, fazia milhões de shows. Hoje eu prezo pela qualidade, cuidado com a vida pessoal. Mudou bastante. Estou muito mais amadurecida, apaixonada pelos meus fãs, muito mais calma”.

Fonte: CarasOnline

Foto: Divulgação

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