Tonico e Tinoco
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Um pouco da história da dupla Coração do Brasil, Tonico e Tinoco

Bom dia amigo amante da música sertaneja e leitor do Sertanejo Oficial. Hoje você vai conhecer um pouco da história da dupla Coração do Brasil, Tonico e Tinoco. Esse artigo foi escrito com a ajuda da pesquisadora Sandra Peripato e do nosso grande amigo e parceiro José Carlos Pérez, o Zéka Pérez filho do saudoso Tinoco.

João Salvador Perez, o “Tonico”, nasceu em São Manuel-SP dia 02 de março de 1917 e José Perez, o “Tinoco” nasceu em uma fazenda de Botucatu-SP, que hoje pertence ao município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920.

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Foto: Divulgação

O gosto pela cantoria veio dos avós maternos, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi Tristeza do Jeca em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional cantaram na Festa da Aparecidinha de São Manuel, em uma quermesse. Junto com o primo Miguel, formavam o “Trio da Roça”. Nos anos 30 só existiam 65 emissoras de rádio e 30 mi1 aparelhos receptores em todo o país, para uma população de 35 milhões de pessoas. Como não havia rádio na região, o conjunto ficou famoso. Mas Tonico e Tinoco só cantavam em dupla nas horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar café.

Em um show de circo conheceram pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa de São Paulo e que depois, com Rielli na sanfona, formaram na Rádio Record o famoso trio “Os Três Batutas do Sertão”. A Rádio Record era do doutor Paulo Machado de Carvalho, que seria chamado “Marechal da Vitória” quando chefiou as seleções brasileiras de futebol campeãs do mundo em 1958 e 1962. O capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora de São Paulo, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla “Irmãos Perez”, cantaram o cateretê “Tudo tem no sertão” (Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, “Adeus Campina da Serra”. Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada.

Capitão Furtado, sobrinho de Cornélio Pires, apresentador do programa e também lendário divulgador da música sertaneja disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de Tonico e Tinoco.

No dia 6 de junho de 1979, fizeram o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se no Teatro Municipal de São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas, os irmãos Perez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para óperas, balés e concertos eruditos. Foi um Sucesso.

Por muitos anos tiveram programas de rádio e televisão. Ao todo a dupla lançou mais de 1.400 músicas, em cerca de 85 discos de 83 rotações, 30 compactos entre simples e duplos, 84 LPs e mais de 60 CDs de relançamentos. Foram 50 milhões de discos vendidos, e 6 filmes.

Entre os grandes sucessos temos: “Canta Moçada”, “Moreninha Linda”, “Chico Mineiro”, “Curitibana”, “Pé de Ipê”, “Besta Ruana”, “Cabocla”, “Baile na Roça” entre tantas.

Tonico faleceu no dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde morava. Tinoco Continuou a jornada e gravou com Zé Paulo (ex Peão Carreiro), Tinoquinho, Mazinho Quevedo e Gentil Rossi, fez participações em discos de outros artistas e gravou dois CDs cantando Solo.

Tinoco veio a falecer dia 04 de maio de 2012, aos 91 anos em São Paulo. Amigos esse foi o resumo do resumo da história de uma das mais importantes duplas culturais do nosso Brasil.

Semana que vem tem mais sobre a nossa musica brasileira, grande abraço.

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