Agricultura
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Brasil pode se tornar o maior exportador mundial de milho

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Mesmo longe de competir com a enorme produção de milho dos Estados Unidos, o Brasil está próximo de desbancar a liderança histórica norte-americana nas exportações do grão. A combinação de dois fatores — quebra superior a 100 milhões no volume de produção dos EUA e safra brasileira cheia — devem colocar o país na condição inédita de maior vendedor externo. O status, mesmo que seja temporário e causado por um acidente de percurso, resgata a confiança de produtores em abrir mercados. Os embarques nacionais de milho nunca estiveram tão altos. Em 2012, foram quase 20 milhões de toneladas vendidas para países como Japão, Irã, Coreia do Sul e Marrocos — mais do dobro do embarcado em 2011.

— As exportações ajudam a dar liquidez à safra, com preços maiores — aponta Cláudio Luiz de Jesus, presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho).

Neste ano, com uma safra estimada em 76 milhões de toneladas e consumo interno de 52 milhões, a expectativa é de que grande parte do excedente de 24 milhões de toneladas seja destinado ao Exterior.

— Os estoques norte-americanos ainda estão baixos em razão da estiagem que atingiu as regiões produtoras no ano passado. Embora a safra dos EUA tenha sido quatro vezes maior do que brasileira, há um mercado interno muito forte em razão da produção de etanol — explica Farias Toigo, analista de mercado da Capital Corretora.

No último relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, a previsão de exportação foi reduzida para 20,9 milhões de toneladas no ano comercial 2012/2013, que termina em agosto.

Na próxima temporada, se o clima for favorável, os Estados Unidos deverão colher uma safra recorde de 370 milhões de toneladas, voltando a dominar com folga as exportações de milho. Até lá, a produção brasileira tira proveito do espaço internacional.

— O país soube aproveitar as brechas deixadas pelos americanos para mostrar seu potencial — avalia o economista Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste.

A rentabilidade do grão nesta safra, puxada pelas exportações, fizeram com que produtores reavaliassem a decisão de reduzir áreas plantadas para investir em soja.

Fonte: ZERO HORA

Foto: Luis Iarcheski

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